TAXONOMIA EVOLUTIVA CLÁSSICA

   

Introdução

Taxonomia é a ciência que classifica os seres vivos. Ela estabelece critérios para classificar todos os animais e plantas sobre a terra em grupos de acordo com as características fisiológicas, evolutiva, anatómicas e ecológica de cada animal ou grupo de animal.

A primeira tentativa de se classificar as mais de 10 milhões de espécie de seres vivos da terra, data de III seculos antes de cristo quando Aristóteles classificou animais “sem sangue vermelho” e “com sangue vermelho” isso em 350 antes de cristo sendo os vertebrados com sangue vermelho e os invertebrados sem o sangue vermelho e essas classificação não eram prático, sem dúvida, é um classificação muito simples e imperfeita. Pelas relevantes contribuições à ciência é designado como o primeiro zoólogo e considerado o pai da zoologia.

TAXONOMIA EVOLUTIVA CLÁSSICA

         Segundo esta escola, procuram conciliar-se critérios fenéticos, considerando as semelhança estruturas, com critérios cladísticos admitindo, um ramificação sequencial no tempo.

         As relações de parentesco entre os indivíduos podem ser estabelecidas pela construção da árvore filogenéticas. Na constituição destas árvores recorre-se a dados fornecidos pelo registo fóssil, pela semelhança estruturais, a dados bioquímicos e embriológicos lizando principalmente características ancestrais.

         Uma conclusão permite a tirar de toda esta abordagem é que qualquer sistema de classificação reflecte, em cada época, o grau de conhecimento científicos, não havendo, nenhum a classificação definitiva.

A nossa vida se torna mais fácil se for organizada. Imagine entrando em uma livraria, em busca de dicionário Francês-Português. A procura será muito rápida se os livros à venda estiverem classificados de alguma forma. Uma possibilidade seria existir, nessa livraria, um estante dedicada apenas aos dicionários, nessa estante, uma das prateleiras poderia ser ocupado apenas pelos dicionários de Língua Portuguesa e outra com dicionários inglês-português, e assim por diante. Com agilidade, você encontraria o grupo de dicionário e desejados e dentre eles, poderias escolher o seu autor e a edição mais adequados. Os proprietários da livraria tiveram o cuidado prévio de organizar todos os livros disponíveis de acordo com algumas semelhanças entre eles. Eles empregaram critérios de classificação.

Diante de diversos cães de uma exposição, você poderia se perguntar: quais são as semelhanças que existem entre eles, para que todos pertençam a mesma espécie? Há varias respostas para essa pergunta: todos têm quatro patas, todos possuem pêlos etc.

A dificuldade inicial de qualquer classificação é qual critério adoptar! Os biólogos normalmente optam o critério anatómicos, fisiológicos, ecológicos ou evolutivo para classificarem qualquer animal.  

              

CONCEITO MULTIDIMENSIONAL DE ESPÉCIE

        A definição de espécie tem-se alterado ao longo dos tempos, com a contribuição de numerosas ciências.

Acompanhando o avanço científico, foram surgindo diferentes critérios para definir grupos distintos de organismos conhecidos por espécies.

- No século XVII, John Ray definiu, pela primeira vez, espécie como um conjunto de indivíduos idênticos entre si que dão origem, através da reprodução, a novos indivíduos semelhantes a eles próprios. O conceito de espécie assenta, essencialmente, num critério de fecundidade.

- No século XVIII, Lineu definiu espécie como um conjunto de indivíduos que possuem características morfológicas idênticas. O conceito Lineano assenta exclusivamente num critério morfológico, o que pode levar a interpretação diversas. Neste conceito existe no entanto limitações, já que há seres com grandes semelhanças que pertencem a espécies diferentes e outros organismos com diferenças morfológicas consideráveis que pertencem à mesma espécie exemplo o burro é mais parecido com o cavalo mais não pertencem a mesma espécie.

- Em finais do século XIX e no Século XX, de acordo com uma perspectiva evolucionista, o conceito de espécie toma outro significado. Em 1942, Ernest Mayr apresenta um conceito biológico de espécie, já imbuído de conhecimentos de genética das populações. Mayr define espécie como uma população ou grupo de população naturais, cujos indivíduos têm a capacidade de se cruzar entre si, originando descendentes férteis e estando isolados reprodutivamente de outras espécie.

O conceito proposto por Mayr, baseado num critério biológico, apresenta limitações:

·        Só pode aplicar-se às espécies actuais, sendo inadequado para formas fósseis;

·        Apenas se aplica a organismo que se reproduzem sexuadamente, excluindo os que se reproduzem assexuadamente;

·        Não pode ser aplicado a populações isoladas.

·        Não engloba os casos de cruzamentos de indivíduos de espécies diferentes, embora os seus descendentes sejam geralmente estéreis. Por exemplo, do cruzamento entre o burro e a égua, incluindo em espécies diferentes, pode surgir o macho que é estéril e não se cruza nem com uma burra nem com a égua.

Mais recentemente, para além dos critérios morfológicos e biológico, passaram a utilizar-se outros critérios no estabelecimento de espécies, como poe exemplo os referentes ao cariótipo, os dados bioquímicos e os dados relativos ao comportamento.

Muitas outras definições têm sido apresentadas, embora persistam muitos problemas.

Não há um único conceito de espécie com aplicabilidade universal.

Por isso o conceito de espécie deve ser estabelecido, recorrendo a diferentes critérios e consoante os organismos considerados. Surgi a sim um conceito multidimensional de espécie, que engloba os diferentes critérios utilizados. No entanto, para os organismos que se reproduzem sexuadamente, o conceito de espécie mais utilizado é o conceito biológico, já muito marcado pela genética de populações. Assim, espécie é o conjunto de populações naturais que partilham o mesmo fundo genético e são capazes de se cruzarem entre si, em condições naturais estando isoladas reprodutivamente de outros grupos semelhantes.

LINEU E O DESENVOLVIMENTO DAS CLASSIFICAÇÃO

As classificações biológicas utilizadas actualmente reflectem ainda a influência dos trabalhos de Carl Von Linné publicados no século XVIII. Lineu elaborou um sistema de classificação tanto para plantas como para animais, que foi publicado na sua grande obra systema Naturae ( sistema natural publicado em 1735), pondo em relevo os caracteres morfológicos com base de ordenação dos seres vivos. Perfilhando ideias fixistas, Lineu procurou pôr ordem na diversidade da vida “ para maior glória de deus “, segundo ele.

HIERARQUIA TAXONÓMICA

Lineu é considerado o pai da taxonomia, foi o primeiro cientista a propor um sistema único de classificação. Em sua primeira classificação, ele agrupou todos os animais da seguinte maneira: mamíferos, aves, répteis, anfíbios, peixes, insectos, e vermes. Lineu dividiu cada um desses grupos em espécies e estabeleceu algumas regras de nomenclatura que até hoje são empregadas exemplo a nomenclatura binomial. No sistema de classificação que desenvolveu, os seres vivos são agrupados em dois grandes reinos, plantas e animais, que se subdividem em categorias progressivamente de menor amplitude: classes, ordens, géneros e espécies. O modelo Lineano de ordenação dos seres vivos numa série ascendente de grupos de complexidade crescente é um sistema hierárquico de classificação. Segundo ele, as espécies agrupam-se em géneros, os géneros em ordens e as ordens em classes. Esta hierarquia taxonómica ampliou-se consideravelmente desde o tempo de Lineu e cada uma das categorias taxonómicas é também designada por táxon (plural taxa). Os elementos aparecidos, ele reuniu em grupo chamado género. Cães e lobos por exemplo são muito parecidos, assim foram reunidos no género denominado de canis. Apesar das semelhanças , assim, cães e lobos eram agrupados no mesmo género mais eram considerados de espécie diferentes . No exemplo do cão e lobo: o cão doméstico foi denominado canis familiaris e o lobo de canis Lupus.   

Nas classificações actuais consideram-se sete categorias principais: espécie é a unidade taxonómica fundamental e agrupa seres vivos que possuem as mesmas características cromossómicas (nº de cromossomas), anatomia semelhante, fisiologia e desenvolvimento embrionário idênticos entre si, além de um critério fundamental: o cruzamento de animal da mesma espécie deve originar um novo animal fértil. O exemplo mais comum par ilustrar o que é uma espécie é o cruzamento entre um jumento e uma égua. Ambos preenchem todas características acima e poderiam ser da mesma espécie, entretanto do seu cruzamento nasce o burro que é um animal infértil, e portanto o jumento e a égua não podem ser considerado da mesma espécie. O nome de uma espécie deve começar com a letra minúscula.  

Género os elementos aparecidos formam um género. Em geral o nome de um género deve começar por letra maiúscula

 Famílias os géneros que se apresentam semelhanças significativas são reunidas em uma categoria maior, denominada família.    

 Ordem as famílias semelhantes, por sua vez, são reunidas em ordens   

Classes ordens semelhantes são agrupadas em classes.

 Filo classes semelhantes são agrupadas em filo.

 reino.

Em botânica utiliza-se, em regra, o termo divisão em vez de filo.

A espécie é a unidade básica de classificação e segundo o conceito biológico representa um grupo natural constituído pelo conjunto de indivíduos que, partilhando o mesmo fundo genético, podem cruzar-se entre si originando descendência fértil. Os indivíduos de cada espécie estão isolados reprodutivamente dos indivíduos de espécies diferentes.

A formação de outros grupos taxonómicos depende do julgamento humano. Assim, espécies semelhantes agrupam-se para constituir um género; géneros mais relacionados formam famílias e assim sucessivamente.

Os taxonomistas têm necessitado, por vezes, de considerar categoria intermédia. Para as distinguir usam prefixos como super, infra, e sub. Por exemplo, o grupo dos vertebrados constitui Um subfilo. Existem outras taxa intermédios, como superclasses, infra-ordens, etc. no conjunto, reconhecem-se trinta tipos de categoria taxonómicas.

Á medida que se estudam as hierarquias e se observam os organismos dentro de cada grupo, tornam-se mais claras as semelhanças em cada nível mais baixo.

De entre os organismos representados é evidente que o Carvalho é o que representa maiores diferenças em relação a todos os outros. É um organismo fixo, sem locomoção, e o único autotrófico, ocupando o nível dos produtores nos ecossistemas. Todos os restantes organismos são heterotróficos e consumidores. Por estas e outras razões pertencem a reinos diferentes.

Quanto mais semelhantes forem os organismos, maior é o número de taxas comuns a que pertencem. Assim, por exemplo, o Lobo e o cão são organismo mais próximos, pois pertencem ao mesmo género e consequentemente a todos os taxa superiores aos géneros.

A sistemática procura agrupar os seres vivos em taxa mais elevados. De modo a fornecer informações biologicamente mais relevante. No tempo de Lineu os grandes grupos eram usados para arquivar conjuntos de organismos semelhantes. O reconhecimento de que as espécies vivas evoluíram a partir de outros organismos mais remotos colocou um novo desafio: agrupar os organismos em taxa que representem umas linhagens evolutivas. Seria ideal que os grupos mais elevados representassem os ramos mais grossos das árvores evolutivas da vida. Contudo, é difícil criar taxas que, de um modo preciso, representem a história evolutiva.

Apesar de tudo, mesmo as classificações mais modernas ainda se mantêm parcialmente artificiais, pois ainda não se descobriu um critério que reunisse os organismos de acordo com as suas afinidades naturais. Nenhuma classificação é definitiva e perfeita.

               

       

GLOSSÁRIO

Fenéticos é uma área da biologia de metodologia de classificação por similaridade fenotípica, utilizando o máximo de características possíveis, mesmo que o processo não reflicta exactamente.

Cladístico também conhecida como sistemática filogenética, é uma escola de classificação biológica que classifica hierarquicamente as espécies em grupos ou táxon baseada puramente no princípio filogenético formulado em grande parte pelo entomólogo Willi Hennig

Táxon plural “taxa” ou taxons aportuguesado é a unidade taxonómica, essencialmente associada a um sistema de classificação científica.

Entomologia é a ciência que estuda os insectos sob todos os seus aspectos e relações com o homem, as plantas, os animais, e o meio ambiente. 

John Ray foi um naturalista inglês, é às vezes referido como pai da história natural inglesa 

Carl Lineu, vulgarmente chamado por Lineu, foi um notável médico e botânico sueco. Classificou uma enorme variedade de seres vivos, sendo frequentemente considerado o pai da taxinomia moderna.   

Ernest Mayr foi um biólogo d origem alemã que dedicou grande parte da sua carreira ao estudo da evolução, genética e taxonomia.

Reprodução processo pelo qual os seres vivos perpetuam suas espécies através do tempo e do espaço, produzindo outros seres semelhante a si mesmo.

Reproduzem sexuadamente o que caracteriza a reprodução sexuada é a ocorrência de células especializadas (gametas) que ao se unirem formam um novo ser.

Reproduzem assexuadamente é o tipo de reprodução que não envolve gametas masculinos e femininos. Esse processo leva á formação de descendentes geneticamente iguais entre si e aos seus ancestrais, formando o que podemos chamar clone.

Cariotipo deriva da palavra grega: karyon= para nó e typos = para forma, representa o tipo diplóide (2N) de cromossomos das células somática de um organismo. Pode ser representado por imagem ( cariograma) ou pela ordenação de acordo com o tamanho dos cromossomos em esquema fotográfico (idiograma).    

Anatomia é o ramo da biologia no qual se estudam estruturas e organização dos seres vivos, tanto externa como interna.

Ecologia é a ciência que estuda as interacções entre os organismo e o seu ambiente. A palavra ecologia tem a origem no grego “oikos” que significa casa e “logos” estudos.

Aristóteles foi um filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o grande. Os seus escritos abrangem diversos assuntos, como: a Física, Matemática, as Leis Da Poesia e o Do Drama, Musica, Logica, Retorica, Ética, A Biologia e a Zoologia. Aristóteles é visto como um dos fundadores da Filosofia ocidental.

Ecossistema do grego “eiko” casa e sytema sistema (sistema onde se vive), é a unidade de estudo da ecologia e pode ser definido como um sistema composto por seres (meio biótico) e o local onde eles vivem (meio abiótico, onde estão inseridos todos os componentes não vivos do ecossistema como: os minerais, as pedras, o clima, a própria luz solar e etc.) e todas as relações destes com o meio e entre si.

Sistemática é a área da biologia que se preocupa em organizar, compreender e classificar os seres vivos. Estuda principalmente a relação de diversidade, como exemplo, a espécie C é a mais aparentada com a espécie D do que esta com a B, definidos como o grupo irmão. Ela tem como o principal objectivo mostrar a diversidade dentro do género.     

Nomenclatura binomial é um tipo de nomenclatura de Lineu onde geralmente, o nome de uma espécie é formado por duas palavras escritas em itálico ou sublinhadas. A primeira é o género, escrito com a inicial maiúscula e a segunda é o epíteto (nome) específico, escrito sempre com letra minúscula. Exemplo homo sapiens espécie humana.         

Sistematas são os cientistas que classificam as espécies em outros taxons a fim de definir o modo como elesse relacionam evolutivamente.